Na busca por sua cachorra que fugiu, dona ajuda outras famílias a reencontrar cães perdidos

No início de novembro, a cachorra Nina fugiu sem deixar rastros no bairro Guabirotuba, em Curitiba (PR).

Era o início de uma incessante busca pelo paradeiro dela, vivida por sua dona, a doutoranda e produtora paranaense Fernanda Kogin.

Nesse meio-tempo, Fernanda acabou encontrando outros dois cachorros perdidos e conseguiu devolvê-los às suas respectivas famílias.

Animada com esse trabalho voluntário, ela também encaminhou mais dois cães que estavam nas ruas para lar temporário e adoção.

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Ainda que não tenha encontrado Nina, sua busca tem sido gratificante.

"Tenho certeza que tudo o que a Nina está me proporcionando durante essa busca não está sendo em vão. Tenho certeza que está tendo um propósito maior, que não é à toa que estou ajudando cachorros, ajudando famílias e ajudando a criar novas famílias com essas adoções", disse Fernanda.

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De acordo com a paranaense, após fugir, a cadela foi vista atravessando a Avenida das Torres e nos bairros Jardim das Américas, Uberaba, Cajuru e Capão da Imbuia.

Uma maneira de buscar informações sobre o paradeiro de Nina foi olhar em câmeras de segurança da vizinhança. Além disso, Fernanda refez seu caminho, perguntando para moradores e comerciantes da região se tinham visto ela nas redondezas.

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Foi nessas buscas que a tutora recebeu informações de outros cães. Sensibilizada com as histórias deles, ela resolveu ajudar outras pessoas que procuravam os animais perdidos.

Graças ao seu trabalho voluntário, a cachorra Pitinha foi devolvida aos seus donos - uma idosa de 90 anos e uma criança de 10.

Naturalmente, Fernanda acabou criando uma rede de apoio que possibilitou o rastreio de outros cães, até então perdidos há bastante tempo.

"Tenho que agradecer do fundo do coração a Fernanda, que teve essa grandeza de me avisar e até de ir buscar a Pitinha em Pinhais. Ela teve um grande coração. Quando ela trouxe a Pitinha no fim da tarde foi uma alegria geral, muito emocionante. A gente valoriza depois que perde", disse o tutor de Pitinha.

Enquanto isso, Fernanda também tem liderado uma mobilização para encontrar Nina que já reúne diretamente mais de 100 pessoas, que ajudam como podem.

"Montei um grupo de buscas no Whats com pessoas que tiveram interesse em ajudar colando cartazes, buscando de carro pela região, compartilhando posts. Atualmente o grupo está com 113 participantes", conta Fernanda.

"Estou aprendendo muito, furando muito a minha bolha, andando na rua, falando com mais pessoas. Antes da Nina sumir, eu estava com uma grande dificuldade de confiar nas pessoas, acreditar que existem pessoas do bem e que fazem o bem de graça. Com o desaparecimento da Nina, ela conseguiu furar essa bolha, e eu comecei a justamente falar com mais pessoas, andar na rua sozinha, entrar em lugares que nunca entrei e isso tem me fortalecido muito", relatou a paranaense.

Quem tiver informações sobre a cadelinha pode acionar a família por meio do telefone (41) 9 9910-6222.

Nina foi acolhida em 2013, após ser abandonada em uma caixa de papelão na chuva, junto com outros filhotes. Para Fernanda, foi "amor à primeira vista".

Por isso, seu desaparecimento tem sido motivo de tristeza.

"A Nina apareceu na minha vida em uma fase em que eu estava muito mal, eu estava em um luto muito profundo. Desde então, a Nina tem sido meu suporte para tudo na vida. Ela que me ajudou no momento da pandemia, no luto, até quando perdi outros cachorrinhos. Tem sido muito difícil para mim, meu emocional está bem abalado", disse ela.

Sua busca, até aqui, vem sendo alimentada pela esperança do reencontro.

"Tenho esperança e nunca tive tanta fé na vida como estou tendo agora. De confiar nas pessoas, de imaginar que ela pode estar sendo bem cuidada, alimentada. Eu espero de coração achar a Nina, estou fazendo tudo o que eu posso. Espero que ela volte logo", completou Fernanda.

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