Pit bull passa 9 anos nas ruas esperando o retorno de seu dono, que foi deportado para outro país

Em 2011, o tutor da cadelinha pit bull Pheenie foi deportado dos Estados Unidos por se considerado um imigrante ilegal sem documentação adequada para viver em solo estadunidense. Sem qualquer auxílio do Estado, a cachorra ficou sem opções, indo parar nas ruas esperando por ele durante 9 longos anos.

Segundo portal Zoorprendente, Pheenie jamais compreendeu a ausência do seu pai e se recusou a desistir de um possível reencontro com ele. A cena parece até o filme Sempre ao Seu Lado que relata a história de Hachiko, um cachorro da raça akita, que ficou esperando seu dono na estação do trem mesmo após a morte dele.

Veja nos tópicos abaixo o que irá ler por aqui:

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  • História da Pheenie e como sobreviveu à saudade;
  • Curiosidades sobre a relação afetiva entre cães e humanos;
  • Como o cachorro enxerga seus tutores;
  • O que fazer quando o pet fica doente ao ficar só.

Pheenie espera anos por seu dono

A cadela de raça pit bull viveu por 9 anos com restos encontrados na rua e morava em um antigo armazém recém-abandonado de Los Angeles, Califórnia (EUA). Há alguns meses, entretanto, os voluntários da ONG Hope For Paws perceberam sua presença no local após participarem do resgate de alguns gatinhos e decidiram intervir e seu favor.

A princípio não conheciam sua história, mas sua idade avançada era notória, além disso, a cachorrinha estava cega de um olho. Logo, os voluntários tomaram ciência do antigo dono de Pheenie que foi deportado dos EUA. Assim, ficaram comovidos com a resiliência dela em esperar por tanto tempo seu retorno.

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A cadela mal sabia que a volta de seu dono era improvável. Os anos que viveu solitária fizeram a cadela se tornar receosa de qualquer presença humana. Assim, conquistar sua confiança demandou um certo tempo e paciência. Uma vez em posse da equipe de resgate, Pheenie recebeu a atenção que não tinha há anos.

Pit bull é socorrida depois de 9 anos isolada

Um bom banho, uma comida e consulta médica foram as primeiras experiências da pit bull na sede do abrigo da Animal Rescue Los Angeles. Assim que um veterinário a examinou, seus socorristas sabiam que seus problemas estavam além de seus olhos. Pheenie estava com os dentes quebrados e podres, bem como uma infecção do trato urinário.

Além disso, também estava sofrendo de discoespondilite, uma forma de infecção por bactéria ou fungo que ocorre nos discos intervertebrais da coluna. O problema também acabou atingindo os ossos da região. Apesar de sua condição, a pit bull idosa mostrou força e vontade de continuar sua vida.

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Nos dias que se seguiram ao seu resgate, ela foi cercada pelo amor de seus salvadores e fez amigos caninos no abrigo. Cinco meses após seu acolhimento no abrigo, Pheenie enfim foi adotada por uma família. Felizmente, ela tem vivido seus dias de velhice ao lado de pessoas que realmente se importam com ela.

Como explicar a relação entre cães e humanos

Cientistas da Emory Universiry  Japão e dos Estados Unidos realizaram uma pesquisa para investigar como os cães têm uma relação de afeto com seus donos. Segundo o estudo, os cães veem seus tutores como parte da família assim como suas mães e filhotes.  Para constatar como isso acontece, a equipe realizou ressonância magnética nos bichinhos.

Fonte: (Reprodução/Internet)

O resultado com as imagens dos cérebros dos cachorros apontou que o olfato é o principal responsável pela relação de afeto. Assim como os bebês humanos que acabam de nascer, os cachorros identificam os donos através do cheiro. Quando o pet sente o cheiro do seu dono, o cérebro aciona hormônios da felicidade.

Ao contrário do que muita gente pensa, os cães não amam os donos só porque eles lhes dão comida. O sentimento pelos tutores vai além. Eles amam a família por estarem juntos e próximos no dia a dia. Quando o cachorro fica muito tempo sem ver o seu dono, ao reencontrá-lo sente muito alegria assim como os humanos ao ver alguém que ama.

Desenvolvimento e interação

Em entrevista ao site A Lavoura, o veterinário Cleiton Rupolo declarou que os primeiros seis meses de vida do cachorro é fundamental. É neste período que as experiências influenciam diretamente no desenvolvimento. O cérebro dos filhotes é tão receptivo que é capaz de armazenar essas experiências e reproduzi-las nos próximos anos em que o cão viver.

Por exemplo, se o pet for criado desde pequeno apenas por figuras masculinas, ele estranhará a presença de pessoas do sexo feminino. O inverso também pode ocorrer. Por isso é necessário que o dono abasteça o cérebro do filhote disciplinando-o na higiene, na alimentação e nos momentos de lazer. Assim, ele nunca vai esquecer.

Um fato curioso é que enquanto alguns estudiosos acreditam que a relação de afeto começa com o olfato, outros acreditam que é pela visão. Os cientistas asiáticos acreditam que os olhares acionam altos níveis do hormônio oxitocina. Assim, eleva a conexão emocional e a confiança do cão com o humano.

Quais percepções o pet tem sobre o dono

Muitos donos de pet se perguntam como o seu pet faz associação entre as coisas e quais são suas percepções sobre a família. Se você tinha dúvidas que seu cachorro entende tudo que está ao redor, este tópico vai desmistificar algumas questões. Acontece que a forte ligação entre o cão e o dono faz o animal ter percepções inacreditáveis sobre os humanos.

Fonte: (Reprodução/Internet)

Uma situação corriqueira é que os cães são capazes de perceber quando os donos estão doentes. Alguns pets demonstram até comportamentos de preocupação, afastando pessoas estranhas de perto. Lembra quando falamos sobre o olfato? Pois é, esse nariz aguçado faz com que os cachorros sintam a presença de bactérias ou vírus nos seus donos.

Em determinadas raças, essa percepção pode ser tão presente que os cãezinhos percebem a ação de algo anormal antes mesmo dos donos apresentarem sintomas. Ao notar que o tutor não está bem, a tendência é que o pet fique mais próximo ainda acionando o seu estado de vigilância.

O cachorro sabe quando está de mau humor

Também, o bichinho de quatro patas consegue identificar quando o dono está estressado. A depender da conexão entre eles, o cão pode ficar tão mau humorado quanto o tutor. Então, além de identificar a mudança de humor ele pode reproduzir o estado de espírito. Isso acontece porque normalmente o comportamento do pet é baseado nos hábitos de seu líder.

Como se não bastasse toda essa esperteza, os cães conseguem identificar com facilidade quando os donos estão distraídos. Se o pet tem costume de pegar sapatos, por exemplo, ele saberá a hora exata de agir que é quando a mamãe e o papai não estão atentos. Outra percepção dos cães é quando a falta de atenção dos donos é com eles.

Os cachorros podem se sentir extremamente negligenciados quando os tutores não lhes dão atenção. Sem contar que se chega um novo membro na casa, seja outro pet ou um bebê, ele pode sentir ciúmes. Como consequência, o cãozinho pode ficar mais desobediente e introspectivo durante o processo de adaptação.

Cães podem adoecer de saudade

Embora a saudade seja um sentimento complexo para atribuir aos cães, os pets sentem a falta de seus donos. Os especialistas chamam a suposta saudade que os cães sentem como transtorno de ansiedade de separação. As viagens longas podem ser complicadas para os pets que não estão acostumados a ficar tanto tempo longe dos seus donos.

Fonte: (Reprodução/Internet)

Os principais sinais que o cachorro está desconfortável em ficar sozinho é uivar e latir excessivamente. Para saber se isso acontece, coloque câmeras que ajudem a monitorar os comportamentos do seu pet. Além dos uivos e latidos, a automutilação também é um sinal de que o cão não está bem. Ainda, os veterinários indicam que o dono fique de olho na alimentação dos bichinhos.

Se o cachorro comer só quando o tutor está presente, isso é um péssimo comportamento. Assim como fazer movimentos repetitivos e ficar andando em círculos. Caso não consiga instalar câmeras, pergunte aos vizinhos se eles ouviram muita agitação por parte do seu cão.

Como tratar a ansiedade da separação

Caso o pet apresente os sintomas citados anteriormente, não se preocupe pois existem formas de tratar a ansiedade da separação. O ideal é educar os bichinhos desde pequenos para que consigam ficar só. Se não tiver feito isso, outros meios serão necessários para cão lidar com a solidão.

O recomendado é que os donos criem um ambiente confortável para o cachorro. O ambiente deve ter peças de roupa e acessórios com o cheiro do dono. Se o cão tiver dificuldade de se alimentar, deixe brinquedos que soltem petiscos ou ração de acordo com que o cachorro for interagindo com eles.

Ainda, separe algum tempo para passear com ele e dá atenção. Isso ajuda bastante. Se os sintomas persistirem, procure um veterinário para tratar o quanto antes. Os cães também podem ter depressão, tornando ainda mais difícil o tratamento de determinados sintomas.

Ensine o pet a ser independente

O tratamento preventivo para o transtorno de ansiedade de separação é ensinar o pet a ser independente. Assim, ele consegue levar uma vida normal sem estar condicionado à presença do seu dono. Portanto, é válido impor regras de convivência como ter horário para se alimentar, para passear, limites na circulação da casa, etc.

Por fim, não estimule o cão a ser dependente. Evite ficar se despedindo do pet toda vez que for sair como se fosse o último dia da sua vida. Hábitos como esse reforçam a ideia de que deixá-lo sozinho em casa é algo ruim. Além disso, saiba educá-lo e não deixe-o mimado demais. Claro, mantendo o respeito e sem agressões.