O veterinário Michael Lappin, 66, examina um cão da raça golden retriever, Isaac, na clínica Animal House, em Buzzards Bay, Massachusetts (EUA).
Um estudo publicado recentemente pela Fundação Morris Animal apontou que os cães da raça golden retriever estão morrendo mais cedo. A pesquisa mostrou que antes um cachorro golden retriever vivia em média 16 ou 17 anos no início da década de 1970. Atualmente, essa vida útil caiu para 9 ou 10 anos. O estudo apontou, ainda, que uma das causas da morte prematura dos animais é o câncer.
A pesquisa feita com 3.000 cães puro sangue foi iniciada em 2012. Os resultados, segundo os pesquisadores, poderiam ajudar a rever fatores da vida dos cães e, em consequência, servir também para seres humanos -- já que os golden retrievers e os humanos carregam 95% do mesmo DNA.
Em geral, os cães dessa raça morrem devido a câncer ósseo, linfoma e leucemia, mais do que outros cachorros de raças diferentes. Exames preliminares mostraram que 33% dos cães, que têm entre um e cinco anos de idade, tiveram doenças de pele ou infecções na orelha; outros 17% tiveram doenças gastrointestinais; e 11% foram afetados por doenças urinárias.
"O câncer canino se tornou o maior inimigo de quem tem um cão", afirmou David Haworth, presidente da Fundação Morris Animal à agência AP. A instituição investiu US$ 25 milhões no estudo. "Você não vê mais cachorros correndo soltos por aí com frequência, nem há relatos de tantas doenças infecciosas. As vacinas que temos atualmente são muito boas, então nossa preocupação é motivada."
Os veterinários que participam do estudo coletaram sangue, fezes, urina, pelos e amostras de unha dos animais, na tentativa de descobrir um traço em comum que poderia funcionar como um sinal de desenvolvimento do câncer ou outras. Também anotam mudanças de temperatura, pressão sanguínea, nível de energia, dieta, padrões de sono e outros fatores.
Os veterinários ainda não conseguiram descobrir formas para prolongar a vida útil dos golden retrievers. Michael Lappin, que possui 19 pacientes cães na lista do estudo, planeja reunir famílias para discutir formas de melhorar a vida dos animais e reunir informações sobre obesidade, diabetes e outros condições crônicas que só devem ser divulgadas em seis ou sete anos, pelos cálculos dos pesquisadores.
"Todos os envolvidos vão sentir o peso de lhes permitirá dizer 'estou fazendo minha parte na luta contra o câncer que afeta os animais que eu amo'", disse Haworth.